Economista explica busca intensificada por títulos isentos

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O economista Wagner Moraes destaca que a não previsibilidade da taxa Selic retornar ao patamar de um dígito tende a reforçar a busca de investimentos com maior rentabilidade e redução da carga tributária.

São Paulo –  De acordo com a B3, os títulos emitidos por bancos tiveram crescimento de 26% neste primeiro semestre, nesta somatória os títulos insetos tiveram destaque. Com aumento total de  67%, o Crédito Imobiliário (LCI) ficou  57% à frente em relação ao mesmo período de 2022, alcançando R$ 421,4 bilhões. Já o LCI aumentou de 67%, chegando a casa dos R$ 301 bilhões.

De acordo com o Wagner Moraes, economista e CEO da A&S Partners, esse cenário pode ser explicado pela combinação de dois grandes fatores: os juros altos e a fraqueza da bolsa até este momento. “Os juros altos tornam os títulos de renda fixa mais atrativos para os investidores, que buscam rentabilidade e segurança em meio de um ambiente de incerteza econômica. A fraqueza da bolsa até o último mês reduziu o apetite pelo risco e a demanda por ações, que são consideradas mais voláteis e sujeitas a oscilações. Assim, os bancos aproveitaram a oportunidade para captar recursos no mercado de capitais, emitindo títulos com taxas competitivas e prazos variados. Essa estratégia permite aos bancos diversificarem suas fontes de financiamento e ampliar sua capacidade de crédito”, destaca.

O especialista explica que os investimentos isentos de Imposto de Renda são aqueles em que os rendimentos obtidos não são tributados pelo IR devido ao enquadramento em determinadas categorias ou regras específicas estabelecidas pelas autoridades fiscais. Essas isenções são concedidas para estimular certos tipos de investimentos ou promover determinadas atividades econômicas. “Os títulos isentos são aqueles que não sofrem tributação na fonte sobre os rendimentos obtidos pelo investidor. Eles são muito procurados porque oferecem uma vantagem fiscal em relação a outros tipos de investimentos, como os títulos públicos, os fundos de renda fixa e as ações. Os títulos isentos de Imposto de Renda mais comuns são as debêntures incentivadas, as letras de crédito imobiliário (LCI) e as letras de crédito do agronegócio (LCA). Esses títulos são emitidos por empresas ou instituições financeiras para captar recursos para projetos específicos, como obras de infraestrutura, financiamento imobiliário ou agrícola. Ao investir nesses títulos, equivale afirmar que o investidor empresta o seu dinheiro ao emissor e recebe juros em troca, sem pagar imposto sobre eles”, acrescenta.

Wagner afirma que é importante observar que a não previsibilidade da taxa Selic retornar ao patamar de um dígito tende a reforçar a busca de investimentos com maior rentabilidade e redução da carga tributária, desde que com risco moderado, como uma forma de buscar melhores retornos líquidos. Os investimentos isentos de IR têm como principal vantagem a possibilidade de os ganhos não serem tributados diretamente, o que pode aumentar a rentabilidade líquida para o investidor. “Contudo, é essencial que o investidor esteja ciente de que, mesmo com a isenção de IR, os investimentos possuem riscos inerentes e a rentabilidade não é garantida. Além disso, cada investimento isento de IR possui suas próprias características, prazos e riscos específicos, portanto, é fundamental estudar e compreender cada opção antes de investir, como a liquidez baixa dos papéis, o longo prazo e o risco de crédito do emissor”.

Importante destacar que antes de tomar qualquer decisão financeira, é altamente recomendado que o investidor busque aconselhamento de um profissional qualificado, como um consultor financeiro ou um especialista em investimentos, que possa analisar o perfil individual e as metas de cada pessoa e, assim, fornecer orientações personalizadas. O risco, desta forma, poderá ser menor.

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