Crédito às famílias deve aumentar neste ano

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Previsão do Banco Central é que haja crescimento de 7,7%, ante 7,5% da estimativa de março

A previsão do BC (Banco Central) para o volume de crédito bancário para empréstimos às famílias é a de que haja crescimento neste ano, de 7,7%, o que mostra alta se comparado à estimativa anterior, de 7,6%, que havia sido divulgada em março deste ano. E permanece indicando processo de desaceleração do crédito, “compatível com o ciclo de aperto monetário” de alta na taxa de juros que norteia a economia do País, a Selic.

O Copom (Comitê de Política Monetária), órgão do BC, manteve pela sétima vez consecutiva, desde agosto do ano passado, a Selic em 13,75% ao ano, o maior patamar desde janeiro de 2017, mesmo com a queda da inflação e diante de pressão do governo federal e de outras partes da sociedade para redução dos juros básicos.

Principal ferramenta do BC para alcançar a meta de inflação, a Selic causa reflexos nos preços, uma vez que juros elevados tornam mais caro o crédito, além de estimular a poupança, o que evita a demanda aquecida. Os efeitos do aperto monetário são sentidos no encarecimento do dinheiro e na desaceleração da economia.

A projeção mais recente do BC incorpora as novas informações do mercado de crédito e a revisão do cenário macroeconômico futuro. Os dados são do RI (Relatório de Inflação), documento trimestral da instituição, divulgado na última quinta-feira (29). “Os dados do mercado de crédito divulgados desde o relatório anterior mostram evolução do saldo dos empréstimos às famílias acima do esperado, principalmente no segmento direcionado, enquanto os financiamentos às empresas recuaram de forma mais intensa, destacando-se o segmento livre”, disse o BC em nota no seu portal.

POR SETOR

Para este ano, a estimativa de crescimento do estoque de crédito livre aumentou para pessoas físicas, saltando de 8% para 9%, %, “refletindo a maior resiliência observada nas concessões até abril de 2023”, informa o BC. Já a estimativa de crescimento do crédito livre às empresas foi caiu, passando de 6% para 3%, “devido à desaceleração mais intensa do que a esperada no primeiro quadrimestre do ano”.

“Esse movimento decorre, em parte, da oferta de crédito relativamente restritiva no início do ano, uma consequência tanto das condições gerais da economia, incluindo o estágio atual do ciclo monetário, como de repercussões do caso Americanas”, explicou no seu portal o BC.

A rede lojas Americanas encontra-se em recuperação judicial desde janeiro deste ano e enfrenta crise desde que houve a revelação de “inconsistências contábeis” de R$ 20 bilhões. Depois, o próprio grupo admitiu que os débitos com as instituições de crédito podem atingir a cifra de R$ 43 bilhões.

Crédito direcionado é aquele que tem regras definidas pelo governo e é destinado, principalmente, aos segmentos de infraestrutura, habitacional, rural e ao microcrédito. Já o crédito livre é o que os bancos têm autonomia para emprestar o dinheiro captado no mercado e definir as taxas de juros a serem cobradas de seus clientes. 

No segmento de crédito direcionado, a estimativa de crescimento do saldo de pessoas físicas apresentou alta, subindo de 9% para 11%, diante da maior disponibilização de crédito rural no início do ano. “Vale lembrar que, como os prazos da modalidade são altos e as amortizações relativamente pequenas em comparação ao saldo, movimentos das concessões têm impacto mais defasado na carteira de crédito”, completa a instituição.

Por fim, a estimativa para o crédito direcionado permaneceu em 7% no segmento de pessoas jurídicas.

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