Nômades digitais viram nova tendência e desafiam empresas

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Profissionais trabalham fora da empresa e até mesmo da cidade sede dela ou de seu país

Nome relativamente novo no Brasil, o nômade digital é aquele profissional, de diferentes áreas, que trabalha de maneira on-line, que não necessariamente tenha de estar no ambiente corporativo, nem mesmo na cidade sede da companhia ou de seu país. Desde que possua necessária conexão com a internet, ele pode atuar em sua casa, na praia, à beira da piscina, no campo, em outro Estado, em outro país, ou seja, em qualquer lugar do mundo.

Essas pessoas conseguem juntar trabalho, de forma remota, e viagens utilizando-se de tecnologias digitais tanto para comunicação quanto para realização de tarefas diárias. Os ganhos de um nômade digital variam conforme o trabalho desempenhado, além de serviços extras nas horas vagas, assim como em profissões presenciais.

As mudanças ocasionadas pela pandemia de Covid-19 no mercado de trabalho e o constante avanço das tecnologias ajudaram a alavancar a quantidade de profissionais adeptos da prática, tendência que pode ser notada tanto no Brasil quanto no Exterior. 

De acordo com levantamento da Fragomen, empresa especializada em migração, denominado ‘Relatório Global de Tendências Migratórias 2022’, o número de pessoas que adotaram esse estilo de vida chega a cerca de 35 milhões ao redor do mundo. E estima-se que alcancem 1 bilhão até 2035. Entre as profissões que se destacam na quantidade de adesões ao estilo estão artistas, CEOs (Chief Executive Officer), ou diretor executivo; escritores, tradutores, investidores, professores, produtores de material audiovisual e programadores, entre outros, seja ligado a alguma companhia ou de maneira autônoma mesmo.

Ainda conforme o estudo, os rendimentos desses nômades digitais ultrapassam a casa de US$ 75 mil. Hoje há 23 nações que adotaram vistos exclusivos para essas pessoas. Entre elas, estão, além do Brasil, Argentina, Costa Rica, Emirados Árabes, Islândia, Tailândia e Grécia, entre outros. 

Entre as vantagens de ser um nômade digital, além de turismo, pode-se elencar liberdade para trabalhar em qualquer local, organização do próprio tempo, não estar diretamente subordinado a chefes nem ter de correr para reuniões, entre outras coisas. E entre as desvantagens, cansaço devido às constantes mudanças de endereço, baixa produtividade por causa desse cansaço, solidão etc. 

Para as empresas, é necessário que haja a regulamentação do trabalho do funcionário nômade digital, além de revisão do contrato de trabalho para os que têm vínculo empregatício e os apontamentos na CTPS (Carteira de Trabalho e Previdência Social), fazer constarem regras específicas, tratar questões relativas à privacidade e intimidade do profissional, observar a LGPD (Lei Geral de Proteção de Dados).

Enfim, a companhia deverá observar medidas e procedimentos a serem adotados, para, assim, suavizar os riscos trabalhistas que porventura venham a acontecer e evitar problemas futuros.

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